domingo, 27 de fevereiro de 2011

O que vc tem feito ou deixado de fazer?

Tive contato com o poema abaixo há muitos anos. Não foi um contato direto com o mesmo; foi através de um comercial premiado na época áurea da DM9 e do Nizan Guanaes, com um texto baseado neste.

Foi tão poético e tocante que teve a força de mudar o modo com que eu estava vivendo e serviu de combustível para encarar mais de frente a vida, não entregar os pontos pelos erros cometidos e que tinham comprometido todo o sonho a que me dedicava desde menino. Me tirou de uma longa depressão e criou novos parâmetros para viver cada desafio de minha vida, e os encarei de maneira corajosa como nunca tinha feito antes.

Viajei pelo Japão sem saber falar muito, subi montes, aprendi a nadar, conheci minha esposa e até perdi a fobia de dirigir.

A questão é enxergar a vida pela ótica de alguém que já não tem mais como voltar atrás, pois o minuto passado é isso: passado. E enxergar que os fracassos, medos e problemas que enfrentamos são pouca coisa comparados com o verdadeiro horror de não fazer nada e passar o pouco que resta da vida no futuro lamentando pelo que se deixou de fazer ou encarar.

Espero que, assim como esse poema me ajudou, possa ser de auxílio aos visitantes do blog, que considero parte de minha família.

Abaixo, o comercial Montanha para a Samello, ganhador do Grand Prix dos Profissionais do Ano de 93-94.






E o poema:

Instantes.


"Se eu pudesse novamente viver a minha vida,
na próxima trataria de cometer mais erros.
Não tentaria ser tão perfeito,
relaxaria mais, seria mais tolo do que tenho sido.
Na verdade, bem poucas coisas levaria a sério.
Seria menos higiênico. Correria mais riscos,
viajaria mais, contemplaria mais entardeceres,
subiria mais montanhas, nadaria mais rios.
Iria a mais lugares onde nunca fui,
tomaria mais sorvetes e menos lentilha,
teria mais problemas reais e menos problemas imaginários.
Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata
e profundamente cada minuto de sua vida;
claro que tive momentos de alegria.
Mas se eu pudesse voltar a viver trataria somente
de ter bons momentos.
Porque se não sabem, disso é feita a vida, só de momentos;
não percam o agora.
Eu era um daqueles que nunca ia
a parte alguma sem um termômetro,
uma bolsa de água quente, um guarda-chuva e um pára-quedas e,
se voltasse a viver, viajaria mais leve.
Se eu pudesse voltar a viver,
começaria a andar descalço no começo da primavera
e continuaria assim até o fim do outono.
Daria mais voltas na minha rua,
contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças,
se tivesse outra vez uma vida pela frente.
Mas, já viram, tenho 85 anos e estou morrendo"

A autoria do texto, costumeiramente atribuída a Borges, foi negada por sua viúva, e foi escrita por Nadine Stair





Um comentário:

  1. Muito bom poema, Toshio. É bem tocante mesmo. "Erfolg und weiter" (sucesso e avante!)

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