quinta-feira, 20 de maio de 2010

Falta de tempo. Até onde começa a desculpa e termina a culpa.

Cada vez mais o tempo parece encurtar no nosso dia a dia. Estranho, porque num mundo que vive a revolução digital e da comunicação, as inúmeras ferramentas que surgem diariamente são criadas justamente com o objetivo de encurtar distâncias, facilitar buscas e respostas, incrementando a produtividade do curto tempo que dispomos.
Sabe aqueles minutos gastos procurando um orelhão que funcionasse para fazer uma ligação à noite? Ou o tédio de aguardar num orelhão a ligação atrasada do outro? Aquele ponto de encontro no enorme aeroporto, com galerias idênticas, que só servia para estressar ou estimular a ansiedade de saber se o local era esse mesmo?
Quantas ruas, viadutos e direções erradas foram tomadas seguindo o fluxo dos carros, por errar o mapa? Sim, aquele de papel que uma vez aberta, dificilmente você consegue dobrar do jeito com que veio embalado, repleto de letrinhas que até mesmo no auge dos seus 20 e poucos anos fica difícil de enxergar?
E a carta enviada e sem resposta... Sem resposta porque o ingrato recebeu e, pra variar não respondeu, ou não respondeu porque foi extraviada num momento de desleixo ou perdida nas pilhas que sucedem uma greve do Correios? Se é urgente, passa o fax ou aciona o telégrafo. Os mais novos dirão: telegra... o quê?
Tirou a foto e esqueceu o filme lá dentro da máquina por um ano. Puxa, se revelar, além de caro, vai sair tudo vermelho. Que saco... E aqueles olhos vermelhos de vampiro pra estragar o vestido lindo de gala e um sorriso devidamente treinado para ser cinematográfico? Sim, até porque você não poderia se dar ao luxo de errar, pois tem a disposição apenas 12, 24 ou 36 poses. E uma semana para ficarem prontas.

Agora, quanta vantagem temos! Celulares facilitam encontros e mensagens, das sérias às triviais. Tiram fotos, e você vê como ficou na hora. Vantagens do email, então? GPS pra quem dispõe de algumas centenas de reais, e abaixo o mapa!

E assim a tecnologia nos fez otimizar o tempo.

Que tempo? Sei lá, não tenho tempo pra saber disso. Tenho que correr!

...

Organização da agenda.

Como um microempresário, também sofro desse mal. Tenho que cuidar de projetos, sair pra pagar contas, comprar embalagens, batata frita pro lanche do ponto de venda noturno, perder um tempão (perder se já não o tenho?!) pra estacionar evitando áreas de zona azul e ir às compras. Puxa, e a formação de preço do produto x que será lançado? Nossa, já estou atrasado pra reunião com cicrano, e preciso ligar para minha mãe pra combinar o almoço de domingo. A conta não vai fechar no azul, e tenho que fechar algum evento grande... procurar no google e entrar em contato com os promotores... mas o bendito desses telefones que se encontram desligados e caixas de mensagem que poucos ouvem ou retornam.
E lembrar de comprar fósforos longos que são vendidos num determinado supermercado; enquanto devo achar uma brecha na agenda pra ir do outro lado da cidade entregar uma encomenda. Já é quase fim de dia e lembro dos projetos, além da formação do preço daquele produto x que não consigo definir se é o ideal ou não. Errar é prejuízo certo.

E daí?

Passam-se os meses e você avança lentamente, isso quando não sai do lugar.

Nesse emaranhado todo, esqueci - ou não dediquei um tempo (que tempo?) - às vendas.
E vou entender agora o porquê de continuar indo mal das pernas.

Recebi um conselho simples do consultor de minha empresa.
Separar as ações diárias em OPERACIONAL e ESTRATÉGICO.
É natural que o microempresário deva assumir várias frentes do negócio, portanto gasta-se muito tempo no operacional. Como no exemplo real lá de cima: compras da empresa e particulares, pagamentos, contatos, visitas. Mas é imprescindível criar uma cultura de DISCIPLINA para não embolar o meio de campo e ficar só no zero a zero. Sem gol, sem lucro.
Portanto, vou seguir essa orientação e dedicar 6 horas diárias ao operacional, e 2 para o estratégico.
No estratégico vou pensar nos pontos de venda que devo abrir, no marketing, nos distribuidores, nas estratégias de captação de novos clientes, formação de preços, embalagens, melhorias de produto, etc.
Como não pensei nisso antes?

Se depois da jornada na empresa ainda vou para minha jornada noturna num ponto dentro de uma faculdade, onde vendemos pipocas e afins, chegando em casa depois das 10 da noite é a hora de dedicar uma hora a estudos, e outra hora e meia para leitura de notícias e um pouco de entretenimento.

O tempo é curto, mas somos responsáveis pelo que acontece durante as 24 horas que vivemos.
Dominamos ou somos dominados. Os vencedores tem controle disso.
Quero estar desse lado.

Dentro de um mês volto a relatar se consegui organizar meu tempo, e se conseguir, quais os benefícios disso.

Abs

2 comentários:

  1. A falta de tempo é um mal moderno, do qual também sou vítima :(
    Ótimo o conselho do consultor, será que sou capaz de separar o operacional do estratégico? Tentarei, com certeza. Mas sei que uma maravilha da tecnologia tem me roubado muito do pouco tempo de que disponho: a internet. Ao acessá-la para trabalhar, facilmente podemos ser tragados pelo desejo de divertir-se nela, até porque é por meio dela que nos comunicamos com boa parte de nossos amigos e colegas.
    []s

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  2. Toshio, eu torço por você, amigão. És um batalhador nato e um grande amigo. Que Deus ilumine seus caminhos e lhe abençoe nos projetos.

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